A matriarca da dinastia Plantageneta: Imperatriz Matilda (Parte II)


Continuação do artigo sobre a Imperatriz. Confira a primeira parte aqui.

 Parte II: Vida longa a rainha? O rei rival, exílio e vitória. 

Matilda foi pega de surpresa pela morte de seu pai. Não havia tempo para levantar um exército e seu caminho para a costa fora bloqueado por inimigos de seu marido. Ela também estava grávida de seu terceiro filho. Como o Henrique I antes dele, Stephen agiu rapidamente para consolidar seu poder sobre a coroa. Ele fora coroado na Abadia de Westminster no dia após o Natal em 1135 por seu irmão Henry, Bispo de Winchester. Matilda estava furiosa. Mesmo seu meio-irmão Robert de Gloucester reuniu-se com Stephen. 
A coroação de Stephen em Pilares da Terra (2011).
Este período da história Inglesa é chamado de 'The Anarchy' (a Anariquia). Ela se retirou do cenário político inglês permanecendo na França. Mas a Imperatriz poderia estar abaixada, mas não quebrada. Desde que Stephen havia sido ungido, ela apelou ao Papa. Entretanto, o os advogados/conselheiros do novo rei afirmavam era que Matilda era ilegítima desde que sua mãe havia sido criada em um convento e professava desejo de ser freira. Era um argumento um pouco sem contexto, mas o Papa acatou. Não haveria ajuda para Matilda a partir desse trimestre.


Mas a Imperatriz viúva não estava sem amigos ou suportes. Seu tio, o Rei David de Escócia invadiu a Inglaterra várias vezes. Sua ex-madrasta Adeliza também estava sempre a espreita. Por dois anos, Geoffrey travou uma guerra para proteger Normandia, que sempre fora um espinho para a coroa inglesa. Isso tudo até o ano de 1138, em que depois de oito anos Matilda finalmente pôs os pés na Inglaterra. Seu meio-irmão Robert de Gloucester agora mudara de lado, acusando Stephen de tentar matá-lo.  


Matilda e seu filho, o primeiro rei Plantageneta, em Pilares da Terra.
No ano de 1141 forças de Matilda haviam derrotado e capturado Stephen King na Batalha de Lincoln. Por outro lado, o conde Robert de Gloucester, seu braço direito, fora feito prisioneiro no "Tumulto de Winchester" enquanto a protegia; há diversas histórias que contam que ela só pode sair do local deitada em um caixão, com furos para o ar, sendo assim carregada através de todo o país, escondida do povo amava Stephen. Entretanto, parece mais uma história escrita por apoiadores do rei, sem maiores evidencias. Ele, agora um prisioneiro, fora deposto. Quando a nova rainha chegou em Londres, a cidade estava pronta para acolher e apoiar sua coroação. Era o seu momento de triunfo, mas pouco durara. Se ela tinha a coroa ao seu alcance, o então o que deu errado?

 
A Rainha de Stephen, também chamada Matilda, implorou para Imperatriz a libertação de seu marido, mas fora recusada. Em resposta, ela levantou um exército para colocar o antigo Rei de volta ao trono. A cidade de Londres pediu para a Imperatriz reduzir para metade os seus impostos. Ela se recusou e com razão (precisavam de dinheiro para guerra), mas isso não ficou bem para o povo. Aparentemente eles esperavam que ela governasse com mais compaixão. Por causa de suas ações, a cidade de Londres fechou seus portões para seu exército e a guerra civil foi recomeçada em junho de 1141. Em novembro, Stephen estava livre em troca de Robert de Gloucester e
este então fora partiu para a Normandia buscar o filho pequeno de Matilda, Henrique, que na época tinha dez anos de idade, deixando-a no Castelo de Oxford. Mas logo após sua saída, Stephen trouxe seu exército e cercou o Castelo,  impedindo que qualquer alimento fosse trazido
A rainha de Stephen suplicando a Matilda




Os alimentos acabaram mas Matilda estava determinada a não cair nas mãos de seu inimigo. Era um inverno rigoroso; os rios estavam congelados, a neve estava espessa no chão. Aqui vai outra história contada diversas vezes na época: uma noite, a Imperatriz e tres de seus cavaleiros vestiram-se todos de branco, e foram, durante uma madrugada, um a um deixando o castelo através de cordas nas paredes. Ninguém os viu na neve. Eles atravessaram o rio sobre o gelo, andaram uma grande parte da noite, e finalmente chegaram a Abingdon, onde os cavalos estavam esperando por eles, e, em seguida, montaram ate Wallingford, onde Matilda encontrou seu herdeiro . Não houve muito mais luta depois disso. Stephen manteve toda a parte oriental do reino, e Henrique fora criado em Gloucester até seu pai se despedir dele antes de ir em uma cruzada, em que falecera
.  
A fuga do cerco de Oxford




Em 1148, Matilda finalmente voltou à Normandia após a morte de Robert de Gloucester. Lá, ela permaneceu em Rouen de 1167 até sua morte na idade de 65 anos.
 Depois de fazer guerra por uma década pelo seu direito de usar a coroa, Matilda teve de se contentar com seu filho mais velho, Henrique, tendo direito sucessão ao trono após a morte de seu primo Stephen em 1153. Isso mesmo, um acordo fora feito em que fazia o filho de Matilda o herdeiro do rei, ao invés do próprio filho de Stephen. E assim iniciou-se a dinastia Plantageneta, a partir de seus descendentes.

Mas mesmo na suposta derrota, Matilda triunfou. Ela era fora a principal confidente e conselheira de seu filho, Henrique II até sua morte. E seu 'reinado' causou evidencia não apenas pelo tumulto mas pela sua posição: através dele, Matilda fora a primeira mulher em quatrocentos anos a reivindicar o país com o título de rainha reinante da Inglaterra.

No seu túmulo, ainda hoje, se lê: "grande por nascimento, maior por casamento e ainda mais grandiosa por maternidade: aqui jaz Matilda, filha, esposa, e mãe de Henriques."

Texto traduzido majoritariamente de: 
"Elizabeth Kerri Mahon" - http://scandalouswoman.blogspot.com.br/2013/07/lady-of-english-life-of-empress-matilda.html
"Medieval Life and Times" - http://www.medieval-life-and-times.info/medieval-women/empress-matilda.htm
"Look and Learn Magazine" - http://www.lookandlearn.com/blog/19027/king-stephen-and-empress-matilda-presided-over-a-period-called-the-anarchy/
Outras fontes:
Helen Castor – She-Wolves: The Women Who Ruled England before Elizabeth, Harper Collins, 2011 Antonia Fraser – Warrior Queens: The Legends and the Lives of the Women Who Have Led Their Nations in War, Anchor, 1990
Elizabeth Norton – She Wolves:  The Notorious Queens of Medieval England, The History Press, 2010

 

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